Oi, gente! Voltamos com a news depois de tirar duas semanas de folga! Infelizmente, o Brasil não tirou folga nesses 15 dias e não podemos trazer apenas fotos da viagem em Buenos Aires de um dos editores desta newsletter. 😞 O destaque é uma super notícia da Coalizão Negra por Direitos no STF. E mais: Jacarezinho, homofobia e papa Francisco.
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EM ALTA
Vidas negras importam. Nesta quinta-feira (12), a Coalizão Negra por Direitos e partidos políticos protocolam no STF (Supremo Tribunal Federal) a ADPF Pelas Vidas Negras. A ação pede que os ministros e ministras reconheçam e atuem para sanar as graves lesões de direitos à população negra praticadas pelo Estado brasileiro, seja por ações ou omissões, que culminam em uma contínua política de morte ao povo negro (Coalizão Negra por Direitos).
Ataque à memória. Agentes da 25ª Delegacia Policial (Engenho Novo) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) destruíram nesta tarde o memorial construído na favela do Jacarezinho para lembrar as 28 pessoas mortas na operação feita em 6 de maio de 2021, que ficou conhecida como Chacina do Jacarezinho. A peça, que marcou a lembrança das vítimas registrando seus nomes em placas, foi inaugurada há cinco dias (UOL).
Indenização por homofobia. Após relatar ter sido vítima de homofobia pela Droga Raia por mais de um ano, o publicitário Galileu Nogueira e a empresa chegaram a um acordo indenizatório de R$ 40 mil. Deste valor, R$ 20 mil serão doados para a Casa 1. O caso teve início quando o comunicólogo percebeu que em qualquer compra que fizesse, seja online ou presencial, surgia o termo ‘Gaylileu’ na nota fiscal (Isto é Dinheiro).
Violência policial. Um membro da Polícia Militar de MG apontou uma arma contra manifestantes de Lula, na quarta-feira (11), em Juiz de Fora (MG), horas antes de evento do ex-presidente com apoiadores à sua pré-campanha eleitoral na disputa presidencial. Assista ao vídeo abaixo (Estadão).
Na prática. E no Distrito Federal, a polícia militar deu uma verdadeira aula de como a violência e censura funcionam no país. Em novembro de 2021, alunos de uma escolha -- que tem gestão compartilhada com a PM -- realizaram uma exposição que abordava a violência policial contra jovens negros.
O diretor disciplinar da escola pediu a retirada dos cartazes, o que foi recusado pelos professores e alunos. Na última semana, a vice-diretora da escola foi exonerada do cargo, e os estudantes que fizeram um protesto pedindo a volta dela foram ameaçados por policiais. Agora o Ministério Público está avaliando o caso (Jornal Nacional).
Mensagem do papa. Papa Francisco voltou a dar declarações lidas como positivas à comunidade LGBTI+, especialmente aos católicos não heterossexuais ou cissexuais. Desta vez, o pontífice enviou uma carta ao padre James Martin, jesuíta dos Estados Unidos, respondendo algumas perguntas sobre o tema. Martin é uma das principais vozes da Igreja que atua pela cidadania religiosa das pessoas LGBTI+ (Vatican News).
O que o senhor diz a um católico LGBT que foi rejeitado pela Igreja? Gostaria que reconhecessem isso não como "a rejeição da Igreja", mas, ao invés, como rejeição por parte de "pessoas na Igreja". A Igreja é uma mãe e reúne todos os seus filhos. Tomemos por exemplo a parábola dos convidados ao banquete: "os justos, os pecadores, os ricos e os pobres, etc." (Mateus 22,1-15; Lucas 14,15-24). Uma Igreja "seletiva", de "puro sangue", não é a Santa Madre Igreja, mas sim uma seita.
Dura realidade. Segundo Dossiê Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, O estado de São Paulo é o que mais mata lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo no Brasil. Em 2021, foram 42 mortes no estado, 44% a mais que em 2020 (G1).
DICAS
Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, lidera lista da Folha com 200 livros para entender o Brasil, feita no ano em que país completa dois séculos da Independência. Veja a lista completa.
Psicologia Denegrida -- um podcast que debate articulações antirracistas de cuidado e saúde mental da população preta.
A Casa Sueli Carneiro selecionará dez projetos, iniciativas ou práticas negras de soluções ambientais das diferentes regiões do país. As inscrições vão até 22 de maio de 2022.