Oi, gente!
Os casos recentes de pessoas com destaque midiático defendendo partido nazista ou fazendo saudação extremista causa um misto de absurdo, mas não nada surpreendente no Brasil dos últimos anos. Enquanto isso, professoras e profissionais da saúde decidiram recorrer ao STF para evitar que o Disque 100 se torne cada vez mais a cara da ministra Damares Alves.
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EM ALTA
Disque 100 no tribunal. Profissionais da educação e da saúde não querem deixar o Disque 100 se tornar uma ferramenta ideológica do governo Bolsonaro. Nesta semana, duas entidades que representam as categorias apresentaram uma ação no STF contra as mudanças que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos realizou no canal. De acordo com os grupos, o Disque 100 originalmente criado para receber denúncias de abusos de direitos humanos passou a ser usado para constranger profissionais de educação, demais cidadãos e instituições com visões diferentes às do governo federal em questões como vacinação, identidade de gênero e orientação sexual (UOL).
Nazistas tropicais. Nos últimos dias, assistimos comunicadores defendendo a existência de um partido nazista e fazendo saudações ligadas a Hitler. Rapidamente, com a manifestação da internet, marcas patrocinadoras, criadores de conteúdo, donos de podcast e até a Jovem Pan teve que se posicionar. Mas nada é simples nesse país…
Estamos falando de casos isolados? Uma reportagem do Fantástico mostrou que grupos nazistas cresceram 270% nos últimos três anos no Brasil. Olhando para o passado, historiadores afiram que o Brasil teve o maior partido nazista fora da Alemanha (Fantástico/UOL).
Refúgio. O nosso país é, aliás, o local escolhido por um “influencer neonazista” para se hospedar. Condenado na Alemanha por negar o holocausto, Nikolai Nerling está em Santa Catarina desde novembro e continua produzindo conteúdo por aqui (O Globo).
Mas as discussões não param por aqui:
Antes de defender a existência de um partido nazista, afetando diretamente a comunidade judaica, Monark já havida questionado se “opinião racista era crime”. E esse tweet da Mayra Cotta lembra porque as duas ideias não estão desconectadas, nem agora e nem historicamente.
Impactos. A construção de grandes obras de infraestrutura, como rodovias e barragens, costuma exigir a transferência de centenas ou milhares pessoas para dar lugar aos empreendimentos. Um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que esses deslocamentos compulsórios têm sido feitos violando direitos humanos desses moradores locais (Valor Econômico).
“Pensei no meu irmão, no meu pai, em todos os homens pretos assassinados diariamente no Rio e no Brasil. Pensei na mãe de Moïse, em seus irmãos. Não queria que outras pessoas tivessem aquela sensação.”
- O texto da Lola Ferreira, repórter que ficou à frente da cobertura do Caso Moïse pelo UOL, fala dos desafios e complexidades em ser uma jornalista negra e falar sobre violência no Brasil.
Sem intenção? Para advogadas e promotora a decisão do júri popular em condenar Rodrigo Marotti como homicídio doloso e não por duplo feminicídio reflete "tolerância da sociedade em relação à morte de mulheres". Há pouco mais de dois anos, Rodrigo trancou a trancou a ex-namorada e a amiga dela em um banheiro, ateou fogo no local e bloqueou a saída com o colchão em chamas. O júri entendeu que "não houve intenção direta de matar", Rodrigo foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de incêndio.
Reconhecimento. A diretora Jane Campion e o ator Denzel Washington fizeram história nesta terça-feira (08). Jane é a mulher mais indicada para o Oscar na categoria de direção, a primeira indicação da cineasta foi em 1994 por O Piano e agora é indicada por Ataque dos Cães, filme disponibilizado pela Netflix. Já Denzel é o ator negro mais indicado na história da premiação americana. A 10º nomeação veio com o filme A Tragédia de Macbeth, dirigido por Joel Coen.
“Nós defendemos um outro tipo de governabilidade que não foi aplicada no Brasil até então, que é a governabilidade com o povo. Com o povo sendo protagonista direto das mudanças necessárias para o Brasil. “
- Essa é a ideia de Leonardo Péricles, do partido Unidade Popular (UP), que é candidato à presidência do país. Leonardo tem 40 anos, é negro, líder de movimento social e mora em uma ocupação em Belo Horizonte e acredita que sua candidatura vai se opor à eleições de políticos tradicionais brasileiros.
DICAS
A arte é da Yaya Ferreira, tatuadora e grafiteira cheia de talento!
Pesquisador Pablo Nunes explica o que é racismo algorítmico e qual seu impacto no campo da segurança pública neste vídeo do Nexo.
O curso “Existe feminismo decolonial? Diálogo entre bell hooks e Françoise Vergès” está com inscrições abertas.
OPORTUNIDADE
O Nubank abriu inscrições para processo seletivo exclusivo para mulheres da área de tecnologia. Chamado de "Yes, She Codes", o programa de contratação tem inscrições até dia 13 de fevereiro para candidatas que atuam com Engenharia de Software em qualquer nível de experiência.